O
inverno na região semiárida do Rio Grande do Norte terá chuvas de normal a
acima do normal, segundo prognóstico da II Reunião de Análise Climática para o
Semiárido do Nordeste Brasileiro, encerrada hoje no auditório da pela Empresa
de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), em Natal.
A
quadra chuvosa no semiárido potiguar e do Nordeste ocorre nos meses de
fevereiro, março, abril e maio e o resultado da reunião sobre o clima é uma boa
notícia para quem vive no interior do estado depois de sete anos consecutivos
de seca.
Meteorologistas
dos centros de previsão climática do Nordeste e de centros nacionais como o
Centro de Pesquisa Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE) e o Instituto
Nacional de Meteorologia (INMET) se reuniram nos dias 20,21 e 22 de fevereiro,
para analisar e discutir as informações geradas pelos modelos meteorológicos,
assim como, as condições climáticas e qual a influência delas na geração
chuvas.
A
conclusão dos meteorologistas em Natal é semelhante a conclusão do encontro realizado
em janeiro, pela Funceme, no Ceará. Mas desta vez segundo o meteorologista da
Emparn, Gilmar Bristot, as condições climáticas estão ainda mais favoráveis
para que ocorra chuvas no semiárido.
“A
temperatura do Oceano Atlântico Sul que está mais quente e o resfriamento no
Atlântico Norte que favorecem a permanência da Zona de Convergência
Intertropical sobre a região Nordeste”, ressaltou Bristot. A Zona de
Convergência Intertropical é o principal sistema causador de chuva no semiárido
nordestino
De
acordo com o meteorologista agora há uma maior probabilidade de chuvas acima do
normal na faixa nordestina que engloba todo o semiárido potiguar, segundo
indicou a análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento
em superfície e em altitude, pressão ao nível do mar, temperatura da superfície
do mar, entre outros), e dos resultados de modelos numéricos globais e
regionais e de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do
Brasil (FUNCEME, INMET, CPTEC/INPE) e do exterior.
No
Oceano Pacífico equatorial, observou-se a continuidade do Fenômeno La Niña com
intensidade fraca, mas ocupando uma grande área na superfície desse oceano. A
permanência dessa condição vem ocorrendo de acordo com os resultados dos
modelos de previsão de anomalia de TSM, e projetam que essa condição
permanecerá nos próximos meses.
SEMIÁRIDO
POTIGUAR - No Rio Grande do Norte, 92% do seu território é semiárido, engloba
as regiões Central, Oeste e quase toda região Agreste. No semiárido o período
de inverno vai de fevereiro a maio, com exceção da região agreste onde o
período chuvoso se estende até o mês de agosto.
A
variabilidade espacial é intrínseca à distribuição de chuvas no setor norte do
Nordeste do Brasil, devido a fatores diversos como efeitos topográficos,
proximidade em relação ao oceano, cobertura vegetal, etc. Especialmente em
localidades com menores valores de precipitação climatológica, a variabilidade
temporal das chuvas pode provocar uma maior frequência de veranicos. Os modelos
de previsão de TSM estão indicando uma probabilidade de 50% de permanência do
fenômeno La Niña no período do prognóstico.
Este
prognóstico é resultado das discussões entre os representantes da EMPARN
(Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), FUNCEME (Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos), APAC (Agência Pernambucana de
Águas e Clima), SEMARH-SE (Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
de Sergipe), AESA (Agência Executiva de Águas do Estado da Paraíba), INEMA
(Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia), Labmet/NUGEO/UEMA
(Laboratório de Meteorologia do Estado do Maranhão), CPTEC/INPE (Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), ANA (Agência Nacional
de Águas) e UFERSA (Universidade Federal Rural do Semiárido).
Em
março de 2018, a reunião Climática será realizada pela APAC, em Pernambuco,
quando será divulgado o prognóstico climático para o trimestre abril, maio e
junho no Litoral Leste da região Nordeste.
O
pesquisador da Emparn, Josemir Araújo Neves, no encerramento da II Reunião
Climática para o Semiárido do Nordeste, fez uma palestra sobre a “Ampliação e
Modernização do Monitoramento Hidrometeorológico, Climático e Agrometeorológico
do Rio Grande do Norte”. Esse é um dos mais importantes investimentos que a
Emparn vem executando por meio do Governo Cidadão, com recursos do Banco
Mundial. O projeto vai informatizar o setor de meteorologia, que a partir da
execução desse projeto vai disponibilizar informações em tempo real, de clima,
volume de chuva, umidade, entre outras informações que vão auxiliar de forma
direta o homem do campo e a população em geral. Esse projeto também contempla a
aquisição de melhores modelos de previsão de tempo e clima o que vais dar mais
precisão e credibilidade ao trabalho realizado pela meteorologia da Emparn.
*Fonte:
Emparn