Pelo
menos 285 cidades e 36 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ficaram
sem médicos em equipes de prevenção com a saída de profissionais cubanos. O
levantamento foi realizado pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems). A entidade acredita, entretanto, que com o novo edital
lançado pelo Ministério da Saúde a reposição será rápida e não haverá grandes
prejuízos à população.
No
dia 14 deste mês, o governo cubano decidiu encerrar o acordo com o Brasil que
viabilizava a atuação dos profissionais no Mais Médicos, celebrado por meio da
Organização Panamericana de Saúde (Opas) junto ao Ministério da Saúde, depois
de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro de que alteraria as regras
do programa.
Levantamento - O levantamento do Conasems abarcou a situação de
22 estados e do Distrito Federal. Não repassaram informações municípios do
Amazonas, Amapá, Ceará e Espírito Santo. O estudo mapeou as cidades onde as equipes
de saúde da família tinham como único médico um profissional cubano. As equipes
são compostas ainda por profissionais de outras áreas da saúde como enfermeiros
e dentistas.
O
estado com mais municípios nessa situação é o Rio Grande do Sul, com 92 cidades.
Em seguida vêm São Paulo, com 43, Paraná, com 26, Minas Gerais, com 23, e Santa
Catarina, com 21. Já no caso dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, o
estado com maior prejuízo foi o Amazonas, com 9 localidades cuja equipe de
saúde da família ficou sem médico. Estão no topo do ranking também Pará e Mato
Grosso, estados onde cinco equipes também ficarão desfalcadas.
O
governo cubano determinou que os profissionais cessassem as atividades na
terça-feira com vistas a se deslocar para quatro polos de retorno: Brasília,
Manaus, Salvador e São Paulo. A primeira leva partiu da capital federal rumo a
Havana ontem. Contudo, parte dos médicos ainda deve atuar por mais alguns dias,
até a saída definitiva. A expectativa da Opas é que o processo de regresso
termine no dia 12 de dezembro.
Poucos transtornos - Na avaliação do Conasems, a abertura do novo
edital aponta para um processo de reposição desses profissionais sem grandes
impactos negativos. O novo processo seletivo está com inscrições abertas até 7
de dezembro. Segundo o Ministério da Saúde, no terceiro dia, o sistema já havia
registrado mais de 7 mil inscrições.
“Os
municípios estão recebendo informações dos médicos que vão substituir. E tem
secretário de saúde já validando e esses médicos já podem se apresentar para
iniciar o trabalho. O tempo que vai ficar sem médico será pequeno, até porque
eles só atuam na estratégia de saúde da família. É possível superar esses dias
sem médico sem grandes transtornos”, avaliou Mauro Junqueira.
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